segunda-feira, 30 de outubro de 2017

A Autoeuropa e a crise do sindicalismo - António Barata

O site Bandeira Vermelha publicou no último dia 26/10 artigo do camarada Antonio Barata intitulado A Autoeuropa e a crise do sindicalismo.

O artigo mostra, a partir da rejeição dos trabalhadores portugueses dessa montadora alemã ao acordo estabelecido entre a administração da empresa e a comissão de trabalhadores, a gritaria generalizada dos porta-vozes da classe dominante (inclusive daqueles no seio do movimento operário) à resistência operária que repudiou as decisões de seus “representantes” (na verdade representantes dos inimigos).

Acesse no link abaixo o artigo no site cemflores.org

http://cemflores.org/index.php/2017/10/30/a-autoeuropa-e-a-crise-do-sindicalismo-antonio-barata/

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Novo site do Cem Flores

Clique na foto para acessar o site cemflores.org
Apresentamos aos camaradas e amigos o novo site do Cem Flores. O antigo blog é agora o site cemflores.org Para acessa-lo clique aqui.


O objetivo que nos move é o mesmo. Contribuir para retomar a organização da classe operária no Brasil, o seu verdadeiro e independente instrumento de combate, a sua ferramenta de luta contra a exploração e a dominação capitalista. Contribuir para reconstruir o partido comunista proletário e revolucionário, o partido da classe operária, no Brasil.

Para isso, temos claro que é necessário retomar o marxismo, a partir do estágio mais elevado a que chegou em seu desenvolvimento, e colocá-lo em prática, aplicá-lo concretamente,  desenvolvendo-o na luta de classes hoje.

A crise que se abateu sobre o marxismo têm seus efeitos na crise que atinge o movimento operário. Mas a retomada da luta da classe operária hoje, na resistência à ofensiva das classes dominantes na crise do imperialismo, pode ser a oportunidade para que os comunistas e o proletariado retomem a capacidade de organização, compreensão e ação a partir de seu ponto de vista na luta de classes.

Já indicamos em nosso documento de apresentação (Por que razão discutir a crise do marxismo?) um caminho ainda inicial e geral para tentar superar essa crise:

"Trabalhar, para retomar a teoria revolucionária como instrumento para a construção da revolução, do socialismo e do comunismo. Perceber a imensa revolução teórica representada pelo Marxismo. Não se trata mais, como diz Marx, de interpretar o mundo de diversas maneiras, mas de transformá-lo. Tomar a teoria como arma do proletariado na luta de classe, arma que possibilita a ele e demais classes dominadas a ter uma prática revolucionária, elaborar a linha justa na luta de classes.

E em outro texto afirmamos o que consideramos as tarefas centrais fundamentais para a reconstrução do partido do proletariado:

"– Retomar o marxismo-leninismo no nível de desenvolvimento em que ele se encontra hoje;
– Reconstruir o Partido Revolucionário, unidade indissolúvel da teoria e da prática marxistas;
– Aprofundar nossas ligações com as massas dentro do princípio de que só as massas dirigidas pela classe operária e seu partido, armado da teoria revolucionária, podem fazer a revolução."

Nos 150 anos da publicação do Livro 1 de O Capital, o maior míssil já disparado contra a burguesia e o capitalismo, nos 100 anos da Revolução Russa, comprovação histórica da possibilidade da classe operária conquistar o poder, derrotar seus inimigos e avançar rumo ao socialismo, nossas tarefas são as mesmas, já que nossos inimigos são os mesmos: dedicar todos os nossos esforços para retomar a teoria revolucionária, a teoria do proletariado, e colocá-la no posto de comando de nossa prática.

É essa a intenção desse site. Contribuir para o debate dessa questão. Resgatar e levantar a bandeira vermelha da revolução proletária.

Para isso, como dizia Marx há 150 anos:

"Todo julgamento da crítica científica será bem vindo. Quanto ao preconceito da assim chamada opinião pública, à qual nunca fiz concessões, tomo por divisa o lema do grande florentino: Segui Il tuo corso, e lascia dir le genti. (Marx, 1983, Editora Abril, prefácio à primeira edição de O Capital)."

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Obs. Todas as postagens do blog Cem Flores foram transferidas para o site cemflores.org.

Para contato: cemflores@cemflores.org

domingo, 15 de outubro de 2017

O "bombardeio" ao trabalho continua no Brasil


Ocupação em São Bernardo do Campo, São Paulo
. Iniciada em 1º de setembro de 2017, a ocupação reúne hoje cerca de 7 mil famílias.
      Eu preciso também de um lugar para morar, né? Que não seja para mim, porque eu não sei o dia de amanhã, mas que seja para os meus filhos que estão aí crescendo, dois adolescentes, para deixar alguma coisa, para eles não ter que passarem a mesma história que eu passei. [...] Às vezes, eu falo assim e a história passa na cabeça. Porque eu lembro dos meus filhos, lembro da minha mãe também passando muita humilhação, onde ela vinha dividir um ovo para a gente comer e enganar o estômago... Aí eu olhei e falei "não, não tem condições de ficar assim", quando eu perdi o serviço ficou mais difícil ainda. Eu tentei entrar em programa social aqui em São Bernardo do Campo, mas eu não consegui.
Joana Darc Nunes, desempregada, membro da ocupação de São Bernardo do Campo de 2017[1]

"Os empregos não param de crescer", diz Temer (02/10/17)[2]. "O mercado de trabalho mostra recuperação", confirma Meirelles (19/07/17)[3]. Na TV e nos jornais, a tentativa desesperada do governo de tentar mostrar que as coisas enfim estão se ajustando para a população. E, com isso, buscar esconder ou mesmo justificar seu governo numa República de corruptos e ladrões. Enquanto isso, a bolsa de valores bate seu recorde histórico, superando enfim a marca de 2008, com farta entrada de capital estrangeiro. A confiança empresarial retoma patamares do início da recessão aberta, entre 2014 e 2015[4]. Afinal de contas, as reformas fundamentais para o capital estão mais ou menos se encaminhando... e "o objetivo (desse governo) é ajudar as empresas a saírem da crise e superar os processos judiciais", como entregou Meirelles (14/07/17)[5].

Esse é o discurso que diariamente o operário se vê forçado a ouvir, a ideologia dominante forçando-o a assumir como sua, mesmo que o seu cotidiano, no trabalho (para os que não estão nos 13 milhões de desempregados!), em casa (para os que a tem, ver epígrafe), ou na rua (buscando se proteger ao mesmo tempo da polícia e do crime organizado), mostre o quanto as coisas continuam a vagar pelo fundo do poço; o quanto a defesa dos “produtores de emprego e renda” (sic!) está deteriorando sua vida.

Nesse contexto contraditório, aparentemente esquizofrênico, precisamos olhar mais a fundo e de forma mais sistemática o que os últimos dados do mercado de trabalho têm a nos dizer. Mais especificamente, como a classe operária tem sido afetada através de mudanças na venda e no uso de sua força de trabalho e na sua reprodução nesse momento da crise. Notaremos que a expressão usada no texto A rápida deterioração das condições de reprodução da classe operária e demais classes trabalhadoras no Brasil[6], "bombardeio à força de trabalho", continua pertinente mesmo depois de um ano.

Do otimismo à realidade

terça-feira, 10 de outubro de 2017

Construir um novo movimento comunista

Temos claro que o principal problema do caminho revolucionário no Brasil passa pela reconstrução do Partido do Proletariado, o instrumento independente de luta da classe operária e do povo na  revolução.

A defensiva na luta da classe operária hoje é, em grande medida, resultado do fato de que há anos ela luta com a posição do inimigo no posto de comando, ela luta, em sua quase totalidade, sob a direção de organizações com posições burguesas (revisionistas, reformistas ou esquerdistas). Sua luta é sempre dirigida no sentido de tentar dar uma solução ao capitalismo putrefato em sua fase imperialista, e não em superá-lo revolucionariamente.

A crise que se abateu sobre o marxismo há vários anos, uma das razões que nos levaram a construir esse blog, só será superada pela retomada teórica e prática da posição proletária na luta de classes.

No documento de apresentação de nosso blog - Por que razão discutir a crise do Marxismo? (http://cemflores.blogspot.com.br/p/por-que-razao-discutir-crise-do.html) já apontávamos essa questão, conforme demonstram os trechos abaixo:

"A crise do movimento comunista não pode ser somente o resultado dos erros cometidos pelos partidos comunistas em sua prática na luta de classes, resultado de uma conjuntura, nem da ação dos inimigos de sempre e, que desde sempre, se uniram contra ele na luta de classes”

"O movimento comunista não foi derrotado por seus inimigos de sempre. Fomos derrotados ao não sermos capazes de desenvolver a teoria de forma a iluminar de maneira justa nossa prática revolucionária.”

"A crise do Marxismo é uma crise teórica e prática e a luta de classes nos coloca a urgência de superá-la.”

domingo, 1 de outubro de 2017

Vem aí o fascismo? por Francisco Martins Rodrigues

Manifestação Unite the Right em Charlottesville (EUA), agosto de 2017.
Os que assim pensam, entendem o fascismo como um novo movimento, uma terceira força justaposta ao capitalismo e ao socialismo (e que os domina). Para quem partilha esta opinião, não só o movimento socialista, mas também o capitalismo teriam podido, se não fosse o fascismo, continuar a existir, etc. Naturalmente que se trata de uma afirmação fascista, de uma capitulação perante o fascismo. O fascismo é uma fase histórica na qual o capitalismo entrou; por consequência, algo de novo e ao mesmo tempo de velho. Nos países fascistas, a existência do capitalismo assume a forma do fascismo, e não é possível combater o fascismo senão enquanto capitalismo, senão enquanto forma mais nua, mais cínica, mais opressora e mais mentirosa do capitalismo.
Brecht, Cinco dificuldades para escrever a verdade

Em longa intervenção no início de 2014, defendemos que a crise do imperialismo “globaliza” o acirramento da luta de classes. Após quase 4 anos, não temos condições de modificar tal posicionamento geral, tendo em vista as dificuldades estruturais do sistema imperialista retomar as taxas de lucro e acumulação, de um lado, e da classe operária e seus aliados em avançar na superação dessa fase superior do capitalismo, de outro.

Gostaríamos, sim, de trazer à debate um aspecto da conjuntura de crise que pouco desenvolvemos na ocasião, mas que tem sido importante objeto de reflexão dos comunistas e militantes, quer seja o processo de “fascistização” do capitalismo atual. Na ocasião, dissemos:

Do ponto de vista do proletariado e das demais classes dominadas, a análise concreta dos fatos da presente conjuntura aponta para tendência de agravamento da crise geral (econômica, social, política, ideológica, etc.) do imperialismo. Nesse cenário, a burguesia, seus governos e aparelhos internacionais manterão a ofensiva em todas as frentes (econômica, ideológica, repressiva) para aumentar a exploração e piorar as condições de vida do proletariado e das demais classes dominadas. Para isso, as classes dominantes recorrerão, como já estão recorrendo, à repressão crescente. Repressão às lutas e às formas de organização do proletariado e das massas, mediante reforço do seu aparelho repressivo e tendência à fascistização.