Considerando o referendo “ilegal”, as autoridades espanholas e seus “aliados”, inclusive de “esquerda”, agindo como verdadeiros representantes dos capitais espanhóis que são, têm utilizado de seu gigantesco aparato midiático e repressivo para sufocar a vontade da maioria popular e sua massiva mobilização. Diariamente, “comentaristas” falam da ilegalidade, da intransigência e da irracionalidade da luta pela independência; autoridades espanholas ampliam o tom das ameaças que, de fato, tem se concretizado. O Tribunal Constitucional espanhol tem acatado os pedidos do governo de Mariano Rajoy para tentar impedir o avanço do processo de independência. Na manhã de 20 de setembro de 2017, vários membros do governo catalão foram presos pela polícia espanhola, que também ocupou vários órgãos da Generialitat e locais pró-independência, atropelando a limitada autonomia política da região. Segundo o site Público, de Portugal, a polícia espanhola também apreendeu quase dez milhões de boletins de voto para o referendo, além de estar censurando ostensivamente a propagando do evento. E são esses senhores que pedem cinicamente por “diálogo”!
O aumento da repressão tem sido respondido com manifestações na região e demonstrações de solidariedade à luta por autodeterminação dos catalães ao redor do mundo. Se impedem as urnas, o povo irá às ruas! Dezenas de milhares tomaram as ruas de Barcelona e de várias outras cidades da Catalunha essa semana e prometem não sair delas. Uma greve geral já está convocada para o dia 03 de outubro. Essa mobilização contagia e amplifica a luta dos outros povos dominados pela Espanha, como demonstram as recentes manifestações na Galiza, no País Basco etc.
O risco dessa mobilização popular confrontar-se mais forte e diretamente com os desígnios do imperialismo já é objeto de temor das burguesias da região europeia. As lutas de libertação nacional nos países dominados pelo imperialismo pode, em determinadas situações concretas, impulsionar fortemente a luta pelo socialismo nesses países e em outros. Só é possível libertar-se do verdadeiramente da dominação imperialista sabendo unir a luta pela libertação nacional com a luta pelo revolução proletária.
Buscando contribuir com a disputa política e ideológica no movimento e se solidarizar com o mesmo, divulgamos a Carta aos comunistas espanhóis e do mundo respeito aos acontecimentos na Catalunha, do Primeira Linha (Galiza), logo abaixo, e a tradução para o português do texto de Lenin A revolução socialista e o direito das nações à autodeterminação, também divulgado no sítio dos camaradas galegos, que pode ser acessado em pdf aqui.
É dever dos comunistas apoiar a luta ao povo catalão, galego, basco e de outros povos dominados contra a opressão espanhola!
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Carta aos comunistas espanhóis e do mundo respeito aos acontecimentos na Catalunha
Primeira Linha
“O proletariado das naçons opressoras nom pode limitar-se a pronunciar frases gerais, esterotipadas, contra as anexaçons e pola igualdade de direitos das naçons em geral, frases que qualquer burguês pacifista repete. O proletariado nom pode silenciar o problema, particularmente “desagradável” para a burguesia imperialista, relativo às fronteiras de um Estado baseado na opressom nacional. O proletariado nom pode deixar de luitar contra a manutençom pola força das naçons oprimidas dentro das fronteiras de um Estado determinado, e isso equivale justamente a luitar polo direito à autodeterminaçom.
Deve exigir a liberdade de separaçom política das colónias e naçons que a “sua” naçom oprime. Em caso contrário, o internacionalismo do proletariado será vazio e de palavra; nem a confiança, nem a solidariedade de classe entre os operários da naçom oprimida e opressora seriam possíveis; ficaria sem desmascarar a hipocrisia dos defensores reformistas e kauskianos da autodeterminaçom, quem nada dim das naçons que a “sua própria” naçom oprime e retém pola força no “seu próprio” Estado.”
(Lenine)