sábado, 29 de abril de 2017

A Greve Geral Contra as “Reformas” do Capital: os trabalhadores se levantam!


Largo da Batata/São Paulo-SP
Blog Cem Flores


Ônibus parados nas garagens. Trens e metrôs funcionando precariamente. Manifestações em aeroportos. Bloqueios em rodovias. Escolas sem aulas. Trabalhadores fora dos seus locais de trabalho, se manifestando nas ruas e nas praças país afora. Repressão das forças policiais do aparelho repressivo do estado burguês. 

Isso foi o que aconteceu nessa sexta, dia 28 de abril, quando os trabalhadores praticamente pararam o Brasil, de norte a sul, por um dia. 

Pararam para resistir contra a ofensiva do capital que se traduz no desemprego, na retirada de conquistas e na piora de suas condições de vida. Mais concretamente, greve geral contra as “reformas” da previdência e trabalhista. 

quarta-feira, 26 de abril de 2017

James Petras e a capitulação recente das guerrilhas - António Barata




Publicamos em 29/03 o artigo Colômbia, Oriente Médio e Ucrânia. Acordos de Paz ou Rendição Política?, de James Petras, que pode ser acessado aqui
Reproduzimos agora o artigo de António Barata James Petras e a capitulação recente das guerrilhas, com uma pertinente crítica ao texto de Petras, em nossa opinião. Consideramos o artigo de António Barata uma importante contribuição ao tema e recomendamos a leitura aos camaradas e leitores do blog. O original está publicado no blog Bandeira Vermelha e pode ser acessado aqui.

James Petras e a capitulação recente das guerrilhas

António Barata

Em texto recente James Petras faz uma análise contundente aos resultados dos acordos de paz estabelecidos entre as diversas formações de esquerda que resistiram à vaga de abandono da luta armada que se sucedeu ao derrube do regime sandinista, à derrota das guerrilhas salvadorenha e guatemalteca, que varreu as décadas de 80 e 90, não se deixando na altura iludir com a democratização das “ditaduras” nem abater pela implosão do bloco soviético.

sábado, 22 de abril de 2017

“A trincheira do comunismo nunca pode ser abandonada” (FMR)

Em homenagem aos 9 anos da morte de Francisco Martins Rodrigues reproduzimos abaixo o texto da camarada Ana Barradas, publicado no blog Bandeira Vermelha.

Ana Barradas

Hoje, 22 de Abril, faz 9 anos que faleceu Francisco Martins Rodrigues. Falar de FMR é falar de uma vida que se orientou desde cedo numa única direcção da qual nunca se afastou: a luta por uma sociedade livre de exploração em que a classe operária pudesse derrubar a burguesia, desenvolver-se e criar o seu próprio sistema de poder.

Mas este trajecto de mais de 60 anos de militância comunista confrontou-se com várias fases de consciência revolucionária. Nos diversos patamares dessa consciência, registaram-se rupturas profundas. É análise dessas sucessivas rupturas que nos dá o traço da evolução de um pensamento que nunca se fixou em dogmas.

A primeira foi a crítica ao engodo do PCP pela unidade com os democratas e o abandono da aliança operário-camponesa.

domingo, 16 de abril de 2017

Teses Sobre a Crise do Capital e a Luta de Classes no Brasil

Cem Flores

Neste texto queremos apresentar para o debate entre os camaradas do Cem Flores e nossos companheiros leitores a primeira parte de uma análise da conjuntura brasileira atual que busque se realizar de forma científica – utilizando, portanto, a teoria marxista – e a partir do ponto de vista da classe operária em sua luta por libertar-se da opressão capitalista.

Achamos que para sermos bem sucedidos nessa empreitada, devemos buscar unir as cinco características fundamentais abaixo enunciadas:

1) sempre buscar um maior domínio da teoria marxista, almejando conseguir contribuir para o seu desenvolvimento. Ou seja, tornar o estudo do marxismo um elemento indissociável da atividade militante, comunista e revolucionária;

2) participar das lutas e da vida cotidiana da classe operária, para compreender melhor a realidade da luta de classes do ponto de vista dos dominados e oprimidos pelo capital;

3) buscar um amplo e detalhado conhecimento da realidade a ser analisada, em suas várias dimensões, abrangendo o cipoal de fatos díspares e por vezes contraditórios que preenchem o seu dia-a-dia;

4) criticar sem tréguas as teorias e análises burguesas/revisionistas/reformistas que predominam na sociedade atual, que constituem sua ideologia dominante e seu “senso comum”, que servem à manutenção da ordem burguesa, “justificando” a exploração das classes dominadas;

5) a partir dos itens acima, elaborar uma análise geral da conjuntura, marxista e proletária, que permita explicar seus determinantes mais profundos, expor suas contradições e analisar suas tendências principais. A partir dessa explicação mais geral, analisar os fatos cotidianos e definir a correta linha de atuação da organização e dos seus militantes nas frentes concretas.

Nos é claro que ainda não somos capazes de cumprir plenamente, todos os requisitos acima para a realização da necessária análise comunista da conjuntura econômica, social e política do Brasil. Mas eles servem de guia para nossa atuação, autocrítica e aprofundamento da análise. Quão distante ainda estamos desses objetivos, e quão retificadas portanto devem ser as teses abaixo, são temas aos quais conclamamos os camaradas e leitores a avaliar e debater conosco.


sexta-feira, 14 de abril de 2017

O blog Bandeira Vermelha mudou de endereço eletrônico

https://bandeiravermelhablog1.wordpress.com
O blog Bandeira Vermelha, blog internacional de debate comunista, mudou de endereço eletrônico. De acordo com seus editores "o blog Bandeira Vermelha sofreu um ataque que obrigou a refazê-lo na totalidade. Como medida de segurança alterámos os anteriores endereços electrónicos".
Seu novo endereço eletrônico é https://bandeiravermelhablog1.wordpress.com.

segunda-feira, 10 de abril de 2017

Uma Intervenção Sobre a Conjuntura Mundial da Crise do Imperialismo

http://www.demystification.fr
O Blog Cem Flores divulga importante intervenção sobre a conjuntura mundial da crise do imperialismo, publicada por Tom Thomas em dezembro de 2015. A tradução do original em francês é da camarada Ana Barradas. Estamos convictos que, passado um ano e meio da redação desse documento, sua atualidade permanece intacta. Daí a importância da leitura e do debate comunista entre camaradas e leitores deste Blog.

A crise do imperialismo, aberta em 2007/08, traz uma novidade histórica de acordo com Tom Thomas: o «esgotamento da quantidade de trabalho social empregue na produção de mais-valia», devido ao elevadíssimo nível de acumulação de capital fixo, de composição orgânica do capital, alcançado pelo capitalismo. Por essa razão, o processo de acumulação de capital não consegue mais gerar ganhos de produtividade, mais-valia relativa, estagnando e/ou fazendo declinar a taxa de lucro. A acumulação produtiva, portanto, se interrompe e, com ela, os investimentos e o crescimento econômico. Daí a crise e a estagnação que vivemos já faz uma década.

Tom Thomas mostra que, apesar disso, o capital permanece com sua necessidade imperiosa, intrínseca, de valorizar-se. Aponta, então, duas tentativas de saída. Uma, a geração desenfreada de capital fictício – desde emissões monetárias de trilhões de dólares dos bancos centrais até recordes alcançados pelas bolsas de valores. Essa «bolha», que se revela ainda maior que a anterior, gera lucros (igualmente fictícios) sem passar pelo processo produtivo, geração de mais-valia («D–D’»). Parte desses lucros financiam sucessivas rodadas de centralização de capitais, aumentando ainda mais o poder dos monopólios.

A outra saída do capital é voltar-se contra as classes produtoras, buscando aumentar de todas as formas a mais-valia absoluta. Nas palavras do autor, «degradação sistemática da condição proletária». Em trechos que têm fundamental relevância para a luta de classes no Brasil atual, Tom Thomas detalha esse caráter essencial, constitutivo, das mal-chamadas «políticas de austeridade» e «reformas estruturais».

segunda-feira, 3 de abril de 2017

A Crise Atual Representa a Ofensiva do Capital Contra o Proletariado em Todas as Frentes. É Preciso Resistir!

Cem Flores

Na semana passada, a classe operária e as demais classes dominadas foram novamente golpeadas com duas notícias sobre a continuidade da crise no Brasil.

Na quinta, 30 de março, Temer sancionou o projeto aprovado na Câmara dos Deputados tornando lei a terceirização irrestrita. Até a própria imprensa burguesa teve que reconhecer que a nova lei não tem “salvaguarda para o trabalhador[1].

Na sexta, dia 31, o IBGE divulgou que a taxa de desemprego até fevereiro bateu novo recorde, chegando a 13,2%. Isso significa 13,5 milhões de trabalhadores desempregados, sendo que 3,2 milhões perderam seus empregos apenas nos últimos 12 meses. A única coisa que aumentou para mais de meio milhão de trabalhadores foi a informalidade, os bicos, ou o número de “empregados no setor privado sem carteira de trabalho assinada”, na “elegante” (sic!) definição do IBGE[2].

Esses fatos da semana passada confirmam que a conjuntura na qual o proletariado luta e resiste continua sendo a conjuntura de crise do capital, que está provocando a maior recessão no país em mais de um século, ainda longe de terminar, ao contrário do que diz a propaganda do governo.

A crise do capital no país integra a (é parte da) crise do imperialismo que se agravou em 2007/2008 e tem se expandido desde seu foco inicial nos Estados Unidos, passando para a Europa (que afundou numa segunda rodada de crise a partir de 2011) e atinge mais recentemente a China, provocando desaceleração em suas taxas de crescimento (acumulação de capital) e agravamento de suas contradições. A crise reduziu o dinamismo da acumulação de capital no mundo e acirrou a concorrência entre os capitais. Assim, tem provocado redefinições na divisão internacional do trabalho. Um impacto direto dessa redefinição em curso foi o estouro da “bolha” de commodities, que impacta diretamente a acumulação e lucratividade dos setores capitalistas mais dinâmicos do país, como o agronegócio e a indústria extrativa mineral, ambas para exportação.