quinta-feira, 16 de julho de 2015

Comunicado do CC do KKE acerca do novo acordo-memorando.

Reproduzimos abaixo comunicado do Partido Comunista da Grécia (KKE) sobre os acordos estabelecidos entre o governo grego e a troika (Banco Central Europeu, FMI e União Europeia). Nosso objetivo com essa publicação é aprofundar a compreensão dos fatos nesse país, buscando analisa-los a partir de uma perspectiva de classe, marxista.

A análise da crise na Grécia (e no Brasil também), como desdobramento da crise do imperialismo, do ponto de vista do marxismo, nos possibilita compreender a impossibilidade de soluções paliativas, burguesas, de conciliação, que atendam aos interesses da burguesia e do proletariado ao mesmo tempo, a exemplo do que defendem (e sempre defenderam) o SYRIZA por lá e o PT por aqui (com o apoio aqui e lá dos reformistas iludidos de sempre).

Para o povo, a “solução” à crise que a burguesia indica é ampliar a exploração e a dominação a que estão submetidos, aumentando a miséria e a fome de milhões para atender a imperiosa necessidade do capital em tentar retomar a taxa de lucro mesmo que a custa da barbárie.

Porém, a conjuntura atual nos mostra ainda que a única alternativa possível à crise e a tudo o que ela representa no aprofundamento da exploração e da dominação capitalista em todo o mundo, é a revolução. É essa a tarefa urgente! Construir as condições para, com a revolução, barrar a barbárie que a crise do imperialismo impõe aos povos de todo o mundo.


Comunicado do CC do KKE acerca do novo acordo-memorando.

1. O KKE conclama os trabalhadores, empregados, as camadas populares pobres, os pensionistas, desempregados e jovens a dizerem um real e inflexível grande NÃO ao acordo-memorando, o qual foi assinado pela coligação governamental SYRIZA-ANEL com a UE-BCE-FMI e a combater contra as medidas selvagens nele incluídas nas ruas e nos locais de trabalho. Estas medidas serão acrescentadas às medidas bárbaras do memorando anterior. Devem organizar o seu contra-ataque para  que o povo não seja conduzido à bancarrota completa. Que fortaleçam o movimento operário, a aliança do povo, de modo a que possam abrir caminho para o povo ser libertado de uma vez para sempre do poder do capital e das uniões imperialistas que estão a levar-nos para uma barbárie cada vez maior.

Nem um dia, nem uma hora devem ser desperdiçados. Agora, sem tardança, a atividade do povo deve ser intensificada dentro de lugares de trabalho, fábricas, hospitais, serviços, bairros, sindicatos, por comités populares e comités de solidariedade social e assistência. O acordo levará a uma nova redução significativa do rendimento do povo e ao esmagamento dos direitos populares. Ele legitima e dá sinal verde a demissões, à expansão do trabalho não pago, ao férias compulsórias e outras medidas anti-trabalhadores, as quais têm sido adotadas pelo grande patronato no período recente, aproveitando as restrições sobre transações bancárias.

terça-feira, 7 de julho de 2015

E os operários disseram: NÃO!


E o operário disse: Não!
E o operário fez-se forte
Na sua resolução. [1]

Na última sexta-feira, 3 de julho, a esmagadora maioria dos operários da fábrica da Mercedes-Benz de São Bernardo votou: NÃO!

A votação secreta, em urna (e não nas tradicionais assembleias), era sobre a proposta da “Troika brasileira”[2] – união de interesses e de ação entre governo, patrões e sindicatos pelegos – de redução dos salários, neste e nos próximos anos. E os operários disseram: NÃO!

Essa votação, no entanto, não foi um evento isolado. Ela deve ser entendida no contexto da crise econômica (crise do capital) pela qual atravessa a economia brasileira e dos interesses antagônicos das classes (luta de classes), agravados pela crise.