domingo, 29 de maio de 2011

A propósito de um artigo do MST

 
O material que postamos foi elaborado no início de 2006 e profundamente debatido nos coletivos que originaram o Blog “Que cem flores desabrochem! Que cem escolas rivalizem!”. Sua intenção era, naquela conjuntura, chamar ao debate os camaradas do MST que haviam publicado um pouco antes uma análise sobre o campo no Brasil que pode ser lida em As perversidades do agronegócio para a sociedade brasileira em seu sítio datada de17/02/2006.
No intuito de aprofundarmos a discussão sobre a formação econômico-social brasileira e sua integração na divisão internacional do trabalho, e por considerarmos que as questões tratadas ainda estão na ordem do dia, o coletivo do blog decidiu postar o artigo, sem nenhuma atualização, mantendo a forma com que foi redigido na época, contribuindo com o debate levantado com o recente texto de Antonio Almeida sobre a passagem dos Quinze anos da chacina de Eldorado de Carajás.
Esperamos que a publicação auxilie no debate necessário da compreensão da situação brasileira e dos rumos de sua transformação revolucionária.
Link para o PDF
O Papel do Agronegócio na Reconfiguração da Formação Econômico-Social Brasileira: a propósito de um artigo do MST
Março de 2006
Todo povo tem na sua evolução, vista à distância, um certo “sentido”. Este se percebe não nos pormenores de sua história, mas no conjunto dos fatos e acontecimentos essenciais que a constituem num largo período de tempo. Quem observa aquele conjunto, desbastando-o do cipoal de incidentes secundários que o acompanham sempre e o fazem muitas vezes confuso e incompreensível, não deixará de perceber que ele se forma de uma linha mestra e ininterrupta de acontecimentos que se sucedem em ordem rigorosa, e dirigida sempre numa determinada orientação. É isto que se deve, antes de mais nada, procurar quando se aborda a análise da história de um povo (Caio Prado Júnior. Formação do Brasil Contemporâneo (Colônia). Ed. Brasiliense, 1961, pg. 13).

domingo, 1 de maio de 2011

A alquimia do governo Lula: como transformar trabalhadores brasileiros em chineses

Coletivo Cem Flores - 01/maio/2011
“Sentindo que a violência/ Não dobraria o operário/ Um dia tentou o patrão/ Dobrá-lo de modo vário./ De sorte que o foi levando/ Ao alto da construção/ E num momento de tempo/ Mostrou-lhe toda a região/ E apontando-a ao operário/ Fez-lhe esta declaração:/ – Dar-te-ei todo esse poder/ E a sua satisfação/ Porque a mim me foi entregue/ E dou-o a quem bem quiser./ Dou-te tempo de lazer/ Dou-te tempo de mulher./ Portanto, tudo o que vês/ Será teu se me adorares/ E, ainda mais, se abandonares/ O que te faz dizer não./ Disse, e fitou o operário/ Que olhava e refletia/ Mas o que via o operário/ O patrão nunca veria./ O operário via as casas/ E dentro das estruturas/ Via coisas, objetos/ Produtos, manufaturas./ Via tudo o que fazia/ O lucro do seu patrão/ E em cada coisa que via/ Misteriosamente havia/ A marca de sua mão./ E o operário disse: Não!/ – Loucura! – gritou o patrão/ Não vês o que te dou eu?/
– Mentira! – disse o operário/ Não podes dar-me o que é meu.”
(Operário em construção, Vinícius de Morais)
O texto “A crise do imperialismo é a crise da divisão internacional do trabalho”, postado no Blog "Cem Flores..." em junho de 2009, levanta a tese de que “O imperialismo vive uma crise de qualidade e profundidade novas, a crise de uma nova divisão internacional do trabalho”. [[i]]